A gastronomia tem vivenciado muitas mudanças e segue oferecendo tendências para o público degustador. A cozinha autoral é uma oportunidade de oferecer inovações nesse mercado, mas existe um longo caminho a ser seguido para que um cozinheiro chegue lá. Afinal, para que o ato de cozinhar seja uma manifestação artística como na alta gastronomia, é preciso muito esforço.
Antes de mais nada, é fundamental que o cozinheiro seja capaz de reproduzir receitas, conquistando primeiro o domínio de técnicas para depois avançar na jornada para a conquista da cozinha autoral. Apesar do termo gourmet ter se destacado no segmento da alimentação nos últimos anos, para se tornar um chef renomado é preciso ir além, oferecendo algo único e surpreendente.
Quer entender mais sobre isso? Então siga conosco e boa leitura!
O que é a cozinha autoral?
Provavelmente você já ouviu falar dos grandes chefs que inventam uma nova forma de preparar o alimento que ninguém nunca antes ousou fazer. O famoso e revolucionário chef francês de cozinha Alain Senderens decidiu, na década de 1980, harmonizar cada prato do seu cardápio com um vinho específico do seu menu.
Essa ideia de Senderens, que hoje já é corriqueira, foi vista como uma grande loucura na época. Contudo, acabou se transformando em uma regra para os restaurantes da gastronomia de alto padrão.
A cozinha autoral surge quando o chef é capaz de desenvolver cardápios surpreendentes e únicos. Esse detalhe traz uma outra característica interessante dessa cozinha: os pratos são constantemente renovados, pois a novidade, a capacidade de oferecer uma experiência única para os clientes, é essencial.
Qual a relação com a identidade autoral?
Alguns chefs dizem que não é possível desenvolver um bom trabalho na cozinha autoral sem falar do próprio cozinheiro. Então, além de ser um cardápio de tirar o fôlego, que é capaz de emocionar o consumidor, esse tipo de gastronomia também produz resultados únicos. Ela é formada pelos contextos de vida e sentimentos de quem elabora os pratos.
Isso significa que um cozinheiro do interior do Brasil pode cozinhar em Nova York ou Paris utilizando da brasilidade presente em sua bagagem para a criação de novos pratos.
Como desenvolver identidade e cozinha autoral?
Um ponto importante para começar a inventar na cozinha é conhecer muito bem o que já existe. Com o conhecimento e domínio de técnicas, o cozinheiro poderá inovar de maneira autêntica e também consciente. Outro ponto está no propósito do menu e na apresentação dos pratos, que devem ser criativos e, não necessariamente, caros.
Senderens, ao comprar seu restaurante, decidiu devolver as 3 estrelas Michelin que tinha para oferecer a qualidade da sua gastronomia a um preço acessível. Por não precisar se prender às exigências do alto padrão, ele lançou a bistronomie, que une o universo do bistrô com a alta gastronomia.
Como você pôde perceber, a cozinha autoral é um excelente caminho para quem deseja se destacar na culinária sem necessariamente seguir os padrões que já são apresentados e impostos em determinadas áreas da gastronomia. Apesar de o caminho para ter esse resultado ser trabalhoso, definitivamente ele é possível de se alcançar.
Você já teve alguma experiência com a cozinha autoral ou pretende seguir esse caminho? Deixe um comentário e nos conte o que você acha dessa ideia!